Na realidade em que vivemos, somos escravos ou livres? Vivemos a liberdade ou a escravidão?
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre como estamos vivendo, somos homens e mulheres livres ou escravos do pecado? No livro do profeta Daniel, nos é contada a história de Sidrac, Misac e Abdênago, a quem o rei Nabucodonosor queria obrigar a adorar uma estátua que mandara fazer (cf. Dn 3, 15). Os três jovens foram ameaçados pelo rei. Caso não adorassem a estátua, ele os jogaria numa fornalha ardente. Mesmo ameaçados, eles não tiveram medo e disseram que não adorariam aquele ídolo (cf. Dn 3, 16-18). E nós, somos fiéis a Deus ou estamos vivendo a idolatria e estamos escravos do pecado?
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Há situações em nossa vida que somos colocados diante de situações nas quais só temos duas alternativas. Dizemos não ao pecado, à idolatria e continuamos livres, ou pecamos e nos tornamos escravos. Em nosso tempo, facilmente nos tornamos escravos do pecado do consumismo, do materialismo, dos prazeres da carne, das drogas, e de tantos outros vícios. O egoísmo pode nos levar também à idolatria de nós mesmos, a nos colocar no lugar de Deus em nossas vidas e na vida dos outros. O culto às personalidades, como artistas de cinema e televisão, músicos, esportistas, também pode se tornar uma idolatria em nossas vidas.
Para saber se estamos vivendo algum tipo de idolatria, nos coloquemos diante de Deus e façamos um exame de consciência. Existe alguma coisa, pessoa ou situação que nos escraviza, que tira a nossa liberdade? Sejamos sinceros com nós mesmos e reconheçamos qual ou quais são as idolatrias que nos tem escravizado, que tem tirado a nossa liberdade e a nossa alegria de viver? Não tenhamos medo de reconhecer nossos pecados, nossas fragilidades, pois fazendo isso nos tornamos fortes e, pela força da Palavra de Deus, nos tornamos livres: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32).
Sidrac, Misac e Abdênago não tiveram medo de dizer não à idolatria: “se o nosso Deus, a quem rendemos culto, pode livrar-nos da fornalha de fogo ardente, ele também poderá libertar-nos de tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não quiser libertar-nos, fica sabendo, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses e tampouco adoraremos a estátua de outro que mandaste fazer (Dn 3, 17-18). Os três homens de Deus não colocaram condição nenhuma para dizer não ao pecado da idolatria, por isso, mesmo no meio das chamas eles estavam livres e com eles estava um anjo de Deus (cf. Dn 3, 24.49a).
Não percamos tempo e rompamos com todo e qualquer tipo de pecado, de idolatria, pois estes tiram nossa liberdade, nos escravizam e nos afastam de Deus. Sejamos fiéis ao Senhor, como aqueles três jovens, que não se deixaram intimidar pelo poder e pelas ameaças do rei. Eles foram agraciados por Deus, por isso, não sofreram nenhum mal (cf. Dn 3, 92). Porém, a graça de Deus vai além de milagres e prodígios, nos garante Seu Filho Jesus Cristo: “Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8, 36). Esta é a liberdade dos santos, dos mártires, do próprio Cristo, que se ofereceu livremente quando quiseram tirar-lhe a vida.
Assim, em Cristo somos verdadeiramente livres, ainda que presos por cadeias humanas. Se rompemos com o pecado, com a idolatria, podemos perder muitas coisas, mas adquirimos o bem supremo que é Deus. Por isso, rompamos com a escravidão do pecado e, ainda que pobres e humilhados neste mundo, seremos livres porque nos prendemos por cadeias de amor a Jesus Cristo. Esta é a verdadeira liberdade dos filhos de Deus. Nos consagremos a Virgem Maria como escravos por amor a Jesus Cristo para caminharmos rápida e seguramente rumo ao encontro definitivo com Deus no Reino dos Céus, onde viveremos a liberdade e felicidade eternas.