A separação dos cristãos e a missão da Igreja

Os primeiros cristãos foram dispersos, separados uns dos outros, a fim de realizar a missão da Igreja de Jesus Cristo. A separação dos cristãos e a missão da Igreja de Jesus Cristo

A separação dos cristãos nos inícios da sua missão evangelizadora nos ajuda a compreender a dispersão, a separação, que por vezes vivemos, na Igreja de Jesus Cristo. Muitos são os homens e as mulheres que ainda hoje deixam casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa de Jesus Cristo e do Evangelho (cf. Mc 10, 29). Mais ainda, para responder à vocação que Deus lhes confiou, muitas pessoas se separam dos amigos, dos irmãos de comunidade, de seus empregos, de seus bens materiais, como aconteceu nos inícios da Igreja. Naquele tempo, depois da morte de Estevão (cf. At 7, 60), começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém (cf. At 8, 1ss). Os discípulos de Jesus se dispersaram pelas regiões da Judeia e da Samaria (cf. At 8, 1b). A partir disso, os discípulos começaram a pregar a Palavra de Deus por toda a parte (cf. At 8, 4). Milagres e prodígios acompanhavam a pregação dos discípulos (cf. At 2, 22; 8, 13; 19, 11). Possessos eram libertos do Demônio (cf. At 8, 7). Paralíticos e aleijados eram curados (cf. At 3, 7; 8, 7). Tudo isso começou com o primeiro mártir da Igreja, Santo Estevão, e a dispersão dos discípulos, que até então estavam todos reunidos em Jerusalém (cf. At 1, 12.15; 2, 1).

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A partir de uma aparente má notícia, que foi a morte de Estevão e a dispersão dos discípulos, a Boa Nova se espalhou, não somente em Jerusalém, mas também por todo o Império Romano. O Evangelho de Jesus Cristo passou a ser pregado por toda a parte. A partir do martírio de Estevão e da dispersão dos cristãos de origem grega, a Igreja começou a produzir seus mais abundantes frutos. Mas, isso aconteceu porque antes de Estevão, Jesus Cristo se entregou à morte da forma mais vergonhosa da época, que era a crucifixão. Depois de ter subido aos Céus, Jesus enviou o Espírito Espírito sobre os apóstolos e discípulos (cf. At 2, 1ss), por isso Estevão teve coragem de enfrentar o martírio. Nós, que pelo Sacramento do Batismo recebemos o Espírito Santo, também somos chamados, vocacionados, a entregar as nossas vidas para que a Palavra de Deus chegue aos confins da Terra (cf. At 13, 47).

Como naquele tempo, hoje somos chamados e pedir a Deus um novo Pentecostes na Igreja, para que pela força do Espírito Santo tenhamos a coragem e a ousadia de pregar o Evangelho e testemunhar Jesus Cristo a todas as nações. Talvez hoje estamos, ou seremos, dispersados como os discípulos e, a exemplo deles, conduzidos pelo Espírito, devemos levar a salvação em Jesus Cristo a tantas pessoas que hoje que tem fome e sede de Deus. Jesus é o Pão da Vida, que sacia essa fome e essa sede do Povo de Deus (cf. Jo 6, 36). Somos saciados quando recebemos o Pão da Palavra de Deus e o Pão da Eucaristia, que são um mesmo Pão, que é Jesus Cristo. Porém, somente no Reino dos Céus é que essa fome e essa sede serão saciadas plenamente e a vontade de Deus Pai é que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (cf. Jo 6, 40).

Neste mundo, somos peregrinos, dispersados por toda parte. Como os discípulos, temos uma vocação, de sermos também missionários, para levar a Palavra de Deus a todos os povos. Pois, este mundo é obra de Deus. Todo ser que nele vive é chamado a aclamar o Senhor, a dar a Deus a mais sublime louvação, e dizer a Ele: “Como são grande vossas obras!” (cf. Sl 65). O Pai confiou a Jesus o seu Povo e Ele não quer que se perca nenhum daqueles que o Pai lhe confiou (cf. Jo 6, 39). O Senhor Jesus já havia anunciado a separação das ovelhas: “Vós todos vos escandalizareis, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas” (Zc 13,7; Mc 14, 27). Mas, Cristo também já havia prometido que estas ovelhas serão reunidas: “Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10, 16).

Portanto, cuidar da salvação eterna daqueles que o Pai confiou a Jesus é também a nossa vocação e missão: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). Conscientes da nossa missão, nos confiemos a Virgem Maria, para que por sua presença orante, como no Cenáculo em Jerusalém (cf. At 1, 14), seja derramado sobre nós o Espírito Santo de Deus. Nos entreguemos inteiramente a Nossa Senhora, para que como ela sejamos cheios da graça (cf. Lc 1, 28), cheios do Espírito Santo, e preguemos o Evangelho com ousadia até os confins da Terra (cf. At 13, 47). Nossa Senhora de Pentecostes, clama sobre nós o Espírito Santo de Deus!

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