A mediação materna da Virgem Maria está orientada para a segunda vinda de Jesus Cristo e a consumação do Reino dos Céus.
A maternidade espiritual da Santíssima Virgem Maria sobre todos os fiéis está orientada para a segunda vinda de seu Filho Jesus Cristo e a consumação eterna de todos os eleitos.Pela sua mediação, subordinada à mediação do Redentor, Nossa Senhora, tendo já sido elevada ao Céu, contribui de maneira especial para a união da Igreja peregrina na terra com a realidade escatológica (última) do Reino dos Céus, na comunhão dos santos. “A Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da sua vida terrena, foi assumida à glória celeste em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo, para que se conformasse mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores (cf. Ap 19, 16) e vencedor do pecado e da morte” (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 59).
Receba o conteúdo deste blog gratuitamente em seu e-mail.
Com o mistério da Assunção de Maria ao Céu, realizaram-se nela definitivamente todos os efeitos da única mediação de Cristo, Redentor do mundo e Senhor ressuscitado: “Todos receberão a vida em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: primeiro Cristo, que é a primícia; depois, à sua vinda, aqueles que pertencem a Cristo” (1 Cor 15, 22-23). O Beato Papa João Paulo II disse que: “No mistério da Assunção exprime-se a fé da Igreja, segundo a qual Maria está ‘unida por um vínculo estreito e indissolúvel a Cristo’, pois, se já como mãe-virgem estava a Ele unida singularmente na sua primeira vinda, pela sua contínua cooperação com Ele o estará também na expectativa da segunda” (Carta Encíclica Redemptoris Mater, 41).
Remida de modo mais sublime que as outras criaturas, em atenção aos méritos de seu Filho Jesus Cristo, ela exerce o papel “próprio da Mãe, de medianeira de clemência, na vinda definitiva, quando todos os que são de Cristo forem vivificados e quando ‘o último inimigo a ser destruído será a morte’ (1 Cor 15, 26)”. Maria é a primeira redimida, que está de corpo de alma nos Céus cooperando com amor de Mãe na obra de Seu Filho. Porém, em virtude da graça ela também está presente na Igreja, próxima e atenta a todas as nossas necessidades. Quando nos abrimos à sua ação materna, Maria gera o seu Filho Jesus em nós.
Por sua cooperação única no mistério da salvação, “Maria tornou-se a primeira entre aqueles que, servindo a Cristo nos outros, conduzem os seus irmãos, com humildade e paciência àquele Rei, ao qual servir é reinar. Por seu serviço pelo Reino dos Céus, Maria “alcançou plenamente aquele ‘estado de liberdade real’ que é próprio dos discípulos de Cristo: servir quer dizer reinar!” (Idem, ibidem). Por sua obediência até à morte, Cristo foi exaltado pelo Pai (cf. Fl 2, 8-9), entrou na glória do seu Reino e a Ele estão submetidas todas as coisas, até que Ele sujeite a si mesmo e consigo todas as criaturas ao Pai, a fim de que Deus seja tudo em todos (cf. 1 Cor 15, 27-28).
Assim, “Maria, serva do Senhor, tem parte neste Reino do Filho. A glória de servir não cessa de ser a sua exaltação real: elevada ao céu, não suspende aquele seu serviço salvífico em que se exprime a mediação materna, ‘até à consumação perpétua de todos os eleitos’” (Idem, ibidem). Nossa Senhora, que conservou com fidelidade a sua união com o Filho Jesus Cristo até sua morte na cruz (cf. Jo 19, 25-27), permanece unida a Ele, uma vez que tudo Lhe está submetida. “Com a sua Assunção ao Céu, Maria está como que envolvida por toda a realidade da comunhão dos santos; e a sua própria união com o Filho na glória está toda propendente (voltada) para a plenitude definitiva do Reino, quando Deus for tudo em todos” (Idem, ibidem). A Virgem Maria é a serva do Senhor (cf. Lc 1, 28), que coopera com seu Filho na nossa salvação eterna e na consumação do Reino dos Céus.