A Virgem Maria é modelo da Igreja orante, que sustenta espiritualmente a sua atividade pastoral e missionária.
A Santíssima Virgem Maria é modelo da Igreja orante, que sustenta espiritualmente a sua atividade pastoral e missionária. Maria, a alma orante da Igreja, esteve presente antes mesmo do início da missão dos Apóstolos e discípulos de Jesus Cristo. Deus manifestou solenemente o mistério da salvação humana com a vinda do Espírito prometido por Cristo: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1, 8). À espera do cumprimento da promessa, antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos “perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre elas, Maria, mãe de Jesus” (At 1, 14).
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Maria implorava, com as suas orações, o dom do Espírito, que já havia descido sobre ela na Anunciação (cf. Lc 1, 35). “Entre ela e o Espírito Santo há uma ligação objetiva e indestrutível, que é o próprio Jesus que juntos geraram” (Ranieno Cantalamessa, Maria, um espelho para a Igreja, p. 129). No cenáculo em Jerusalém, Nossa Senhora, que foi batizada pelo Espírito na mistério da Encarnação do Verbo, apresenta a Igreja para o batismo no Espírito, conforme a promessa de Jesus: “João batizou com água; vós, porém, dentro de poucos dias sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1, 5).
Nas cartas dos apóstolos, ficamos intrigados com a ausência de passagens bíblicas que mencionem a Mãe do Senhor. Depois da narrativa dos Atos dos Apóstolos (cf. At 1, 14), da Mãe de Jesus não encontramos nenhuma menção. Na carta aos Romanos, encontramos certa Maria, que não é a Mãe do Senhor (cf. Rm 16, 6). A Virgem Maria desaparece no mais profundo silêncio. “Depois de Pentecostes, é como se ela tivesse entrado para a clausura” (Idem, p. 130). A vida de Maria “está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3, 3).
O silêncio de Nossa Senhora inaugura um novo tempo na Igreja. “Maria inaugurou na Igreja aquela segunda alma, ou vocação, que é a alma escondida ou orante, ao lado da alma apostólica ou ativa” (Idem, p. 131). Depois do Pentecostes, os Apóstolos começam a pregar, depois partem em missão, fundando e dirigindo igrejas (cf. At 2, 14ss). A respeito de Maria nada se fala, pois ela permanece “em oração unida com as mulheres no Cenáculo, mostrando que na Igreja a atividade, mesmo pelo Reino, não é tudo, sendo indispensáveis as almas orantes que a sustentam. Maria é o protótipo desta Igreja orante” (Idem, p. 131).
Assim, como nos inícios da Igreja, todos nós cristãos somos chamados a nos unir em oração a Nossa Senhora, modelo exemplar da Igreja que reza, especialmente nestes tempos difíceis que vivemos, marcados pelo ódio, pela violência, pelas guerras, pelo sofrimento. Nos unamos a Virgem Maria, modelo da Igreja orante, para sustentar espiritualmente a atividade da missionária e pastoral da Igreja. Oremos também pelos cristãos do mundo inteiro, especialmente aqueles que vivem em lugares como a Síria e o Egito, onde os cristãos são perseguidos e mortos. Rezemos pela paz no mundo, pelo fim das guerras, da violência do sofrimento causado pelo ódio e pela intolerância. Nossa Senhora Rainha da Paz, rogai por nós!