O mistério da Assunção de Nossa Senhora

Meditemos com Santo Afonso Maria de Ligório sobre o sublime mistério da Assunção de Nossa Senhora ao paraíso celeste.

Neste primeiro Sábado do mês de Agosto, é muito oportuno que meditemos sobre o sublime mistério da Assunção de Nossa Senhora aos Céus. Esta meditação é oportuna primeiramente porque, sendo o primeiro Sábado, temos a ocasião de reparar as ofensas cometidas contra o Imaculado Coração de Maria. Além disso, neste mês celebramos a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, uma das datas marianas mais importantes do ano litúrgico.

Meditemos com Santo Afonso Maria de Ligório sobre o sublime mistério da Assunção de Nossa Senhora ao paraíso celeste.

Nossa Senhora da Assunção

A Virgem Maria morreu, e acompanhada de miríades de anjos e de seu próprio Filho, Jesus Cristo, entrou no Reino dos Céus em alma e corpo. A Santíssima Trindade abraçou-a, abençoou-a e a fez Rainha do universo, elevando-a acima de todos os anjos e santos: “Astitit regina a dextris tuis, in vestitu deaurato, circumdata varietate – Apresentou-se a rainha à tua direita, com manto de ouro, cercada de variedade” (Sl 44, 10). Regozijemo-nos com Nossa Senhora, a Rainha Mãe, e avivemos a nossa confiança nela, invocando-a em todas as nossas necessidades. Roguemos a Virgem Maria principalmente para que, tendo ela morrido de puro amor a Deus, morramos pelo menos arrependidos dos nossos pecados.

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A morte e a assunção da Virgem Maria aos Céus

Nossa Senhora morreu totalmente desapegada do afeto às criaturas e consumida pelo divino amor, de que o seu santíssimo coração estava sempre todo abrasado. Como que presentes nesse momento, rezemos com Santo Afonso:

Ó santa Mãe, ides deixar a terra: não vos esqueçais de nós, pobres peregrinos, que ainda ficamos neste vale de lágrimas, combatidos por tantos inimigos, que desejam a nossa perdição eterna. Pelos merecimentos da vossa preciosa morte, vos suplicamos que nos obtenhais o desapego das coisas terrestres, o perdão dos pecados, o amor de Deus e a santa perseverança. E, quando chegar a hora da nossa morte, assisti-nos lá do alto do céu, com a vossa intercessão, e alcançai-nos a graça de irmos ao paraíso beijar os vossos pés[1].

A Virgem Maria morreu, seu preciosíssimo corpo foi levado pelos apóstolos à sepultura, guardado pelos anjos durante três dias e, em seguida, transportado ao paraíso celeste. No entanto, a sua alma formosa, apenas saiu do corpo, entra na beatitude eterna, acompanhada de miríades de anjos e do seu próprio Filho. Já no Céu, a humilde Virgem Santíssima, adora seu amado Jesus e, com afeto imenso, lhe agradece todas as graças que lhe foram dispensadas. O Altíssimo abraça-a, abençoa-a e a faz Rainha do universo, exaltando-a acima de todos os anjos e santos: “Exaltata est sancta Dei Genetrix super choros angelorum ad coelestia regna[2].

A glória e o poder de Nossa Senhora nos Céus

Se no dizer de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, a nossa inteligência não pode compreender a glória imensa que Deus preparou nos Céus para os seus servos que o amaram na terra (cf. 1 Cor 2, 9); quão grandiosa não é a glória que o Senhor concedeu à sua santíssima Mãe, que na terra o amou mais do que todos os santos e anjos juntos e o amou com todas as suas forças? Sendo assim, chegando ao Céu, a Virgem Santíssima pôde dizer a Deus: “Senhor, se não Vos amei tanto como mereceis, ao menos Vos amei quanto pude”[3].

Meditando sobre tão elevados mistérios, alegremo-nos com Nossa Senhora pela glória à qual Deus a exaltou. Ademais, alegremo-nos por nossa causa, porquanto, ao mesmo tempo que Maria Santíssima foi elevada à dignidade de Rainha do mundo, foi também feita nossa advogada. Nossa Senhora é uma advogada tão piedosa que se encarrega da defesa de todos os pecadores que a ela se recomendam e, ao mesmo tempo, tão poderosa junto do nosso Juiz, que ganha todas as causas.

Ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Nossa Senhora da Glória”:

Oração de Santo Afonso a Nossa Senhora

Ó grande, excelsa e gloriosíssima Senhora, prostrados aos pés do vosso trono, nós vos veneramos deste vale de lágrimas, e nos alegramos pela glória imensa com que vos enriqueceu o Senhor. Agora, que já reinais como Rainha do céu e da terra, ah! não vos esqueçais de nós, vossos pobres servos. Do alto do sólio excelso em que reinais, não vos dedigneis devolver os vossos olhos piedosos a nós, miseráveis. Quanto mais vizinha estais da fonte das graças, tanto mais no-las podeis comunicar. No céu descobris melhor as nossas misérias, portanto é preciso que tenhais compaixão de nós e mais nos socorrais.

Ah, Mãe dulcíssima, Mãe amabilíssima! os vossos altares estão cercados de muita gente, que vos pede, este para ser curado de alguma enfermidade, aquele para ser provido em suas necessidades; um vos pede uma boa colheita, outro, a vitória de uma demanda. Nós vos pedimos graças mais agradáveis ao vosso coração: alcançai-nos a humildade, o desapego da terra, a resignação com a vontade divina. Impetrai-nos o santo temor de Deus, uma boa morte, o céu. Numa palavra, mudai-nos de pecadores em santos e fazei que, depois de termos sido cá na terra os vossos fiéis servos, possamos um dia ir gozar da vossa presença no céu.

“E Vós, ó Senhor, perdoai os crimes dos vossos servos: para que, já que não podemos agradar-Vos com as nossas obras, sejamos salvos pela intercessão da Mãe de vosso Filho e Senhor nosso”. Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo[4].

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Links relacionados:

TODO DE MARIA. Ano Mariano e reparação ao Imaculado Coração.

TODO DE MARIA. A reparação ao Imaculado Coração de Maria.

TODO DE MARIA. O dogma da Assunção de Maria aos Céus.

Referências:


[1]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III, p. 348.

[2]  Idem, ibidem.

[3]  Idem, p. 349.

[4]  Idem, p. 349-350

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