Por que temos medo da cruz?

Padre Paulo Ricardo nos fala sobre a causa do medo que temos de Deus e da cruz.

Por que temos medo da cruz e do sofrimento?Por que temos medo da cruz? Padre Paulo Ricardo responde a esta questão: Todo protestante vai concordar conosco que a vida santa é a imitação de Cristo, só que nós olhamos para a cruz de Cristo e a gente se apavora. Se é isso que temos que fazer, nos dá medo. Mas não tenha medo, Mamãe está aqui. Quantas vezes me levantei durante a noite, assustado no meu quarto e corri para a cama de mamãe. Todo medo, diz o Papa Bento XVI, é medo de solidão, de estar só, desamparado. Ela não fazia nada, bastava que ela estivesse acordada. Ela dizia: deita aqui. Colocava-me entre ela e meu pai, dizendo: não se assuste com esses sonhos terríveis e satânicos; não se assuste, porque tudo que Satanás é capaz de produzir na sua vida é só miragem, é só fumaça, não tem consistência; mamãe tá aqui. Mamãe, a Virgem Maria, está conosco. Entendeu como é que se faz? Entendeu a escola dos mártires? Entendeu como é simples? Na hora da tempestade, na hora da agitação, na hora da tragédia, Mamãe está aqui. Você não está entendendo o motivo do sofrimento, mas Mamãe está aqui, se entregue. Esse é o método de Deus.

Mas, não podemos recorrer diretamente a Deus?

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Ele poderia fazer isso diretamente, é claro, mas a limitação não é de Deus, é nossa. Nós é que somos marcados pelo pecado original e temos medo. A limitação é nossa. Então, por causa deste limite, o jeitinho da Mãe vai nos dando docilidade até o martírio. Aceite a sua cruz, não vai ser ruim, vai ter ressurreição. Ela vai confirmando a fé, porque ela foi a única que permaneceu de pé. Enquanto todos descreram, deixaram de crer, ela continuou crendo. Mesmo recebendo o cadáver do seu Filho Jesus, que era o total desmentido da profecia, na qual o anjo havia dito: “o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi” (Lc 1, 32). Ele estava ali, não sentado, mas deitado. Não no trono, mas no colo dela. Não vivo e reinante, mas morto e derrotado. Lá estava a total refutação, o total desmentido feito carne. O ateísmo se fez carne naquela Cruz. No entanto, ela continuou acreditando na promessa, ela continuou firme, não se abalou, mas continuou crendo.

Nesse sacrifício de fé, veja meu irmão protestante, você que crê na salvação pela fé, nesse sacrifício de fé, a fé mais perfeita foi desta mulher. Posso dizer isso porque Jesus se fez homem, mas é, em primeiro lugar, Deus. Então, a fé mais perfeita foi a de Maria. Na ordem da fé e da graça, quando o total desmentido da profecia de Deus estava nas suas mãos, ela acreditou na promessa até o fim. Esta fé inabalável, que nos é dada quando nos tornamos filhos pequenos nos seus braços, ela diz: Padre Paulo, sua fé não presta para nada, sua fé é tão pequenina e miserável, mas confia em mim, eu creio com você, eu creio por você, entregue tudo para mim e eu crerei no seu lugar, entregue tudo para mim.

Assim como o Filho foi gerado no ventre de Maria, o Filho será gerado em nós no ventre de Maria, afirma São Luís Maria, no seu Tratado da Verdadeira Devoção, que trata da consagração total a Virgem Maria. O caminho de Deus é sempre o mesmo, não muda. Nós vos louvamos e bendizemos por esta Mãe que nos destes, para nos livrar dos medos que temos por causa do pecado original. Obrigado Senhor por tudo que realizais em nossa vida. Obrigado Senhor pela vossa graça, por tudo que realizastes nela e realizareis em nós.

Este é a sexto artigo de uma série, retirados de palestras do Padre Paulo Ricardo no I Consagra-te de Cuiabá, em 2011. O primeiro post teve como tema “Como ser fiel a Jesus Cristo?”, o segundo post foi intitulado “Como ter a têmpera dos mártires?” o terceiro, Maria, o molde perfeito de Jesus Cristo, o quarto, “Qual é a diferença entre Lúcifer e a Virgem Maria?“, e o quinto, “Por que é que Deus escolheu o caminho da Virgem Maria?”.

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