Nesta Semana Santa, conheçamos e pratiquemos três orações nas quais meditamos as dores de nosso Senhor Jesus Cristo e da Virgem Maria, nossa Mãe Santíssima.

Neste artigo, apresentamos três devoções especialíssimas, orações consagradas na tradição da Igreja Católica, que nós consagrados, devotos, servos e filhos da Santíssima Virgem Maria podemos praticar na Semana Santa. Estas orações podem ser rezadas em qualquer tempo, em qualquer horário. Mas, no tempo da Quaresma, estas adquirem um significado ainda mais profundo e uma eficácia maior, pois nos aproximamos das celebrações que mais nos colocam em contato com a paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.

As orações que propomos, especialmente para o tempo da Quaresma, são: a Passio Domini, o Terço ou Coroa de Nossa Senhora das Dores e a tradicional Via-Sacra ou Via-Crúcis. Na companhia da Virgem das Dores e do nosso Santo Anjo da Guarda, rezemos e meditemos sobre as dores da paixão do Senhor e de sua Mãe, Maria Santíssima.

A Passio Domini

Passio Domini – palavras em latim que significam Paixão do Senhor – são as horas da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, desde a Quinta-feira Santa, a partir das 21 horas, até a sexta-feira, às 15 horas. Estas são horas especiais de oração, nas quais podemos nos unir com Cristo em Seu combate espiritual e em Seus sofrimentos salvíficos. Nelas o Senhor derrama muitas graças sobre as pessoas que vigiam com Ele ou que foram lembradas nas orações!

Certamente podemos meditar a Paixão do Senhor em qualquer dia e horário. Todavia, entre os dias da semana, costuma-se rezar a Passio Domini na Quinta ou na Sexta-feira. Mas, há também o Domingo, o dia da ressurreição do Senhor. Nele, o Senhor nos concede graças especiais para participarmos do mistério salvífico de Sua ressurreição. Sendo assim, de um modo singular, podemos entrar neste mistério de dor e de amor, rezando e meditando, reparando as ofensas e os pecados cometidos pelos homens de nosso tempo.

Somos convidados a ficar com o Senhor e vigiar (cf. Mt 26, 38), unidos ao nosso Santo Anjo da Guarda e inspirados pelo Anjo que confortou-O no Horto das Oliveiras, para alcançar as graças que a Igreja, o mundo, nós mesmos e outras pessoas necessitamos.

Em resumo, a Passio Domini é:

Um convite que quer ser acolhido; um mistério que precisa ser descoberto; uma missão específica e importante que devemos assumir e viver cada vez mais profundamente, no amor de Cristo nosso Mestre, conforme o exemplo de Maria – a Mãe debaixo da Cruz –, em união com os nossos irmãos celestes, os Santos Anjos[1].

O Terço das Sete Dores de Nossa Senhora

A Coroa ou Terço das Sete Dores da Santíssima Virgem tem uma clara conotação cristológica e eclesial, ou seja, está intimamente ligada ao Senhor Jesus Cristo e à Santa Igreja. Pois, esta oração ajuda-nos a descobrir o significado salvífico da dor da Mãe de Deus no contexto do mistério de Cristo e da Igreja. Mas, ao mesmo tempo, esta tem uma conotação antropológica, enquanto faz-nos compreender o valor do sofrimento de Nossa Senhora relacionado com a nossa condição existencial, com as nossas lutas e angústias, aspirações e fatalidades.

A Sexta-feira, especialmente na Quaresma, é um tempo propício para a oração da Coroa das Sete Dores de Nossa Senhora. Pois, se “na Virgem Maria tudo se relaciona a Cristo e tudo dele depende”[2], as suas “dores” também relacionam-se com o mistério da Paixão do seu divino Filho, que lhes é causa, lhes dá sentido e da qual adquirem eficácia salvífica na vida da Igreja e de cada um de nós em particular.

Apesar do costume de rezá-lo às Sextas-feiras, o Terço das Sete Dores de Nossa Senhora pode também ser rezado em qualquer outro dia da semana, ou mesmo todos os dias. Sendo assim, rezemos sempre, com fé devoção, a Coroa das Sete Dores da Virgem Maria.

A Via-Sacra

Na extensão da Via-Sacra, caminho que percorre desde o palácio de Pôncio Pilatos até o monte Calvário, vislumbramos a amplitude da Misericórdia de Deus, que ultrapassa o limite de tempo e do espaço. O abraço misericordioso de Deus na Via-Sacra abarca desde Adão até o último homem da face da terra que confiar no amor de Deus!

O caminho da Via-Sacra nos faz experimentar o amor de Deus Pai, que oferece seu único Filho para nos libertar das trevas do pecado. Certa vez, Santa Faustina perguntou a Jesus Misericordioso até que ponto perdoaria uma alma pecadora, ao que Ele respondeu:

A minha misericórdia é maior que as tuas misérias e as do mundo inteiro. Quem pode medir a extensão da Minha bondade? Por ti desci do Céu à terra, por ti permiti que Me pregassem na Cruz, por ti permiti que fosse aberto pela lança o Meu Sacratíssimo Coração e, assim, abri para Ti uma Fonte de Misericórdia. Vem haurir graças dessa fonte com o vaso da confiança[3].

Às três horas da tarde, a hora da Paixão de Jesus, é uma hora que comporta grandes promessas. Podermos alcançar muitas graças através da meditação da Via Sacra, especialmente no tempo da Quaresma. A Via-Sacra é rezada costumeiramente às 15 horas, na qual o Senhor deu um grande brado e entregou o seu espírito (cf. Lc 23, 44.46). No entanto, se não pudermos rezar nesse horário, o façamos assim que pudermos, cheios de confiança, e experimentemos a misericórdia de Deus na Via-Sacra.

Links de matérias para as orações:

FORMAÇÃO CANÇÃO NOVA. Via-Sacra.
PASSIO DOMINI. Meditação do Getsemani por São Pio – Parte I.
TODO DE MARIA. Rezemos a Coroa das Sete Dores de Maria.
TODO DE MARIA. Terço das Sete Dores: de Kibeho para o mundo

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