Neste Ano Nacional Mariano, que certamente será marcado por muitas graças, somos convidados a aprofundar a nossa devoção a Virgem Maria.
Estamos no Ano Nacional Mariano, o que é motivo de grande alegria para todos nós e, ao mesmo tempo, um convite para aprofundar nossa devoção a Santíssima Virgem Maria. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) proclamou este Ano Nacional Mariano em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do Rio Paraíba do Sul, na então cidade Guaratinguetá (SP). O Ano Mariano teve início no dia 12 de outubro e terminará no dia 11 de outubro de 2017. De 2016 a 2017, celebramos também os 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, Portugal.
O Imaculado Coração de Maria e o Menino Jesus
Tendo em vista o Jubileu dos 300 anos de Aparecida e o Jubileu dos 100 anos de Fátima, bem como a profunda comunhão espiritual que existe entre Brasil e Portugal, Padre Paulo Ricardo teve a inspiração de convidar todos nós para viver, a partir desde mês, a devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria, conforme nos foi pedido nas aparições de Fátima. Sendo assim, convidamos você, leitor do blog Todo de Maria, a praticar esta devoção, que nos foi pedida por Nossa Senhora, por vontade de seu Filho Jesus Cristo.
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O pedido da reparação ao Imaculado Coração de Maria
Numa das aparições em Fátima, a Virgem Maria prometeu a Irmã Lúcia que lhe revelaria a devoção reparadora e que ela seria propagadora desta devoção. Depois de alguns anos, o próprio Jesus Cristo apareceu a Lúcia e manifestou-lhe o desejo de que, junto ao seu Sacratíssimo Coração, fosse também reparado o Imaculado Coração de Maria. Algum tempo depois, em 10 de Dezembro de 1925, Nossa Senhora apareceu a Irmã, ao lado do Menino Jesus. A Santíssima Virgem tinha numa das mãos um coração cercado de espinhos. A respeito dessa aparição, o Menino disse a Lúcia: “Tem pena do Coração de sua SS. Mãe que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos lhe cravam sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar”[1].
Logo depois que o Menino Jesus disse essas palavras a Irmã Lúcia, a Mãe de Deus explicou a ela espiritualidade reparadora ao seu Imaculado Coração:
Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de me consolar e diz que todos aqueles que durante cinco meses, ao 1º sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas[2].
Em suas aparições, Nossa Senhora manifesta sua dor, não somente por causa das ofensas cometidas contra ela, mas também devido aos pecados que ofendem Deus e, ao mesmo tempo, expõem as pessoas que os cometem ao perigo de serem condenadas às penas do Inferno. Embora a Santíssima Virgem esteja salva, na glória celeste, ela não é insensível ao mal que cometemos, primeiramente contra nós mesmos, mas também contra o próximo. Por isso, de algum modo, a Virgem Maria sofre e pede reparação.
Esta devoção reparadora tem como finalidade não somente consolar o Imaculado Coração de Maria, arrancando-lhe os espinhos que os pecadores lhe cravam a todo o momento, mas também de obter a misericórdia de Deus em benefício de tantas pessoas que vivem imersas no pecado.
Como praticar a devoção reparadora ao Imaculado Coração?
A própria Virgem Maria nos ensinou a devoção reparadora das ofensas cometida contra o seu Coração Imaculado. Esta devoção consiste em – durante cinco primeiros sábados, de cinco meses seguidos, com a intenção de reparar os nossos próprios pecados e os de toda a humanidade contra o Imaculado Coração de Maria – fazer quatro atos de piedade:
1 – A Confissão: devemos confessar nossos pecados, de preferência no primeiro sábado do mês. Todavia, caso seja impossível, ou muito difícil, podemos confessar com antecedência de oito dias ou mais. De qualquer forma, recordamos que é necessário estar em estado de graça no primeiro sábado do mês, a fim de comungar nesse dia. Outro requisito é que a confissão deve ser feita na intenção de reparar as ofensas contra o Imaculado Coração de Maria. Esta intenção reparadora não precisa ser dita ao confessor, mas apenas apresentada a Deus antes da confissão. Se acontecer de esquecermos a intenção reparadora, podemos colocar essa intenção na próxima confissão. Mas, devemos aproveitar a primeira oportunidade que tivermos para nos confessar;
2 – O Santo Terço: devemos rezar o Terço Mariano no primeiro sábado do mês, na intenção da reparação ao Imaculado Coração de Maria;
3 – Os 15 minutos de meditação dos mistérios do Santo Rosário: a Virgem Maria pediu que fizéssemos companhia a ela durante pelo menos 15 minutos, meditando sobre um ou mais dos 15 mistérios do Rosário[3], igualmente na intenção reparadora ao seu Imaculado Coração. A título de sugestão, podemos meditar os mistérios do Rosário conforme o tempo litúrgico: no tempo do Advento, podemos meditar os mistérios Gozosos; no tempo da Quaresma, os Dolorosos; no Tempo Pascal, os Gloriosos; no Tempo Comum, podemos meditar aqueles mistérios que mais dizem respeito à Liturgia do dia ou do domingo;
4 – A Comunhão Eucarística: devemos participar da Santa Missa e comungar, também na intenção de reparar as ofensas contra o Imaculado Coração. A comunhão é um ato essencial da devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Recordamos mais uma vez que a intenção reparadora é importantíssima em todas as práticas da devoção dos cinco primeiros sábados. Pois, as ofensas cometidas contra o Imaculado Coração de Maria também ofendem gravemente o Sacratíssimo Coração de Jesus. Sendo assim, não deixemos de formular a intenção reparadora ao Coração de Maria, para que reparemos também o Coração de Jesus.
Caso não seja possível cumpri-la nesse dia da semana, esta devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria como um todo pode também ser feita no domingo seguinte ao primeiro sábado. No entanto, há duas condições para praticar esta devoção no domingo: 1) Deve haver um motivo justo para a troca; 2) É necessário pedir a autorização de um Sacerdote.
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “O Ano da Virgem Maria”:
As graças do Ano Nacional Mariano
O Ano Nacional Mariano por si mesmo já é uma graça extraordinária. Mas, este Ano Mariano celebrado no Jubileu dos 300 anos de Aparecida e dos 100 anos de Fátima é um sinal de graças maiores ainda. Por isso, se neste Ano nos aplicarmos com fé e piedade à devoção dos cinco primeiros sábados em reparação ao Imaculado Coração de Maria, certamente as graças se multiplicarão ainda mais. Sendo assim, abracemos com fé e devoção essas práticas reparadoras, para fazer parte deste tempo de graças.
Certamente 2017 será um ano de muitas graças para o Brasil e para todo mundo. Mas, não podemos ficar de braços cruzados. Ao contrário, devemos fazer que nossas vidas sejam tomadas pelo espírito reparador que inspirou os corações de Lúcia, Francisco e Jacinta. Para que isso se realize em nossas vidas, ouçamos o que o Anjo da Paz disse aos três pastorinhos quando brincavam:
– Que fazeis? Orai! Orai muito! Os Corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios.
– Como nos havemos de sacrificar? […perguntou Lúcia].
– De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação, pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí, assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar[4].
Ó Imaculado Coração de Maria, rogai por nós!
Links relacionados:
TODO DE MARIA. A devoção aos Corações de Jesus e de Maria.
TODO DE MARIA. Nossa Senhora Aparecida e o nosso casamento.
TODO DE MARIA. Penitências e sacrifícios dos pastorinhos.
Referências:
[1] PADRE LUÍS KONDOR. Memórias da Irmã Lúcia I, p. 192.
[2] Idem, ibidem.
[3] Na época, o Rosário tinha apenas quinze mistérios. Hoje, podemos acrescentar também os cinco Mistérios Luminosos. No entanto, meditar estes não é obrigatório.
[4] PADRE LUÍS KONDOR. Op. cit., p. 168.
