A inefável dignidade de Maria Santíssima

Meditemos sobre a dignidade indescritível da Virgem Maria — “De qua natus est Iesus, qui vocatur Christus — Da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo” (Mt 1, 16).

A dignidade da Santíssima Virgem Maria como Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo é tão grande que só Deus, com a sua sabedoria infinita, a pode compreender. A sua dignidade é tão grandiosa que, em toda a Sua onipotência, Deus não pode fazer outra maior.Meditemos sobre a dignidade indescritível da Virgem Maria — “De qua natus est Iesus, qui vocatur Christus — Da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo” (Mt 1, 16).

Ao meditar sobre o mistério do Natal de Jesus Cristo, façamos um ato de viva fé acerca da divina maternidade de Nossa Senhora. Ademais, alegremo-nos com a Santíssima Virgem e aumentemos a nossa confiança nesta Mãe amorosa, pois, de certo modo, ela deve a nós a sua altíssima dignidade.

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A dignidade incomparável da Virgem Maria

Para compreender a dignidade à qual a Mãe de Deus foi elevada, primeiramente precisamos compreender quão sublime é a alteza, a grandeza, de Deus. “Bastará dizer que Deus fez a Santíssima Virgem mãe do seu Filho para ficar entendido que Deus não a pode elevar mais alto do que a elevou. Bem disse Santo Arnaldo Carnotense que Deus, fazendo-se Filho da Virgem, sublimou-a acima de todos os Santos e Anjos”[1]. Ainda que, em verdade, Nossa Senhora seja infinitamente inferior a Deus, ao mesmo tempo, ela está imensa e incomparavelmente acima de todos os espíritos celestiais, como dizia Santo Efrém. Por este motivo, Santo Anselmo diz a Virgem Maria: “Senhora, vós não tendes quem vos seja igual, porque tudo quanto há, está acima ou abaixo de vós; só Deus vos é superior, e todos os mais vos são inferiores”[2].

Em uma palavra, a dignidade da Virgem Maria é tão grande que Deus, no dizer de São Boaventura, “com toda a sua onipotência não pode fazer outra maior — Ipsa est qua maiorem facere non potest Deus[3]. Somente Deus, com a sua sabedoria infinita, é capaz de compreender este mistério. Ao considerarmos isto, deixaremos de estranhar porque os santos Evangelistas, que tão difusamente registram os louvores de São João Batista, de Santa Madalena, tão escassos se mostram em descrever as grandezas de Maria Santíssima. Tendo dito que desta insigne Virgem nasceu Jesus: de qua natus est Iesus, os Evangelistas julgaram que não era necessário acrescentar nada, pois neste seu maior privilégio estão incluídos os demais. Qualquer outro título que lhe dermos nunca chegará a honrá-la tanto quanto o de Mãe de Deus.

Assista ao programa do Padre Paulo Ricardo sobre “A Virgem Maria e o Concílio Vaticano II”:

Façamos um ato de viva fé na maternidade divina da Virgem Maria, alegremo-nos com ela, agradeçamos a Deus por ela e afirmemos solenemente que estamos prontos a dar a nossa vida em defesa desta verdade, bem como de todas as outras que lhe dizem respeito.

Santo Anselmo ensina que é mais pelos pecadores do que pelos justos que Nossa Senhora foi elevada à dignidade de Mãe de Deus; da mesma forma que seu Filho Jesus Cristo veio ao mundo para chamar, não os justos, mas os pecadores (cf. Mt 9, 13). Sendo assim, a Mãe de Deus tem certa obrigação de socorrer os miseráveis que se recomendam a ela, porquanto é a eles que é, por assim dizer, devedora de sua altíssima dignidade: Totum quod habes, peccatoribus debes. Portanto, congratulemo-nos com Maria por sua elevadíssima dignidade; mas também congratulemo-nos entre nós, seus filhos, e coloquemos nela toda a nossa esperança.

Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Mãe de Deus

Ó Mãe de Deus, eis aqui a vossos pés um miserável pecador, que a vós recorre e em vós confia. Não mereço que lanceis sobre mim o vosso olhar; mas sei que, vendo vosso Filho morto para a salvação dos pecadores, tendes um extremo desejo de ajudá-los. Ó Mãe de misericórdia, vede as minhas misérias e tende piedade de mim. Ouço que todos vos chamam refúgio dos pecadores, esperança dos que desesperam: sede também o meu refúgio, a minha esperança, o meu auxílio. Deveis salvar-me com a vossa intercessão. Socorrei pelo amor de Jesus Cristo. Estendei a mão a um pobre caído que se recomenda a vós. Sei que é a vossa consolação ajudar um pecador, quando é possível; ajudai-me, pois, já que o podeis fazer. Pelos meus pecados perdi a graça divina e a minha alma. Entrego-me em vossas mãos; dizei-me o que hei de fazer para de novo entrar na graça do meu Senhor; quero fazê-lo sem demora. Ele me envia a vós, para que me socorrais, quer que eu me refugie na vossa misericórdia, a fim de que eu me salve não somente pelos méritos de vosso Filho, mas também pelas vossas orações. A vós recorro; e vós rogai por mim. Mostrais como sabeis valer a quem confia em vós. Assim espero, assim seja[4].

Links relacionados:

TODO DE MARIA. A Imaculada Conceição de Maria no mistério da Redenção
TODO DE MARIA. Maria e as três vindas de Jesus Cristo.
TODO DE MARIA. Nossa Senhora de Guadalupe e a segunda vinda Cristo

Referências:


[1]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias e festas do ano: Tomo I, p. 23.
[2]  Idem, ibidem.
[3]  Idem, ibidem.
[4]  Idem, p. 24-25.

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