Nossa Senhora Rosa Mística, em suas primeiras aparições, nos deixa uma mensagem de fé e de esperança para toda a Igreja.
Em sua mensagem, Nossa Senhora Rosa Mística nos convida a entrar na dinâmica da graça que animou toda a sua existência terrena. As primeiras aparições da Rosa Mística aconteceram em Montichiari (Montes Claros), na Itália, e deram início à esta devoção, que se espalhou por todo o mundo, conforme foi prometido por ela. Nossa Senhora, que apareceu na noite entre 23 e 24 de novembro de 1946 à irmã Pierina Gilli sob o título de Rosa Mística, nos convida a nos voltar para o seu Coração Imaculado e nele encontrar o espírito de “oração, penitência e sacrifício”, que tanto agrada o Sagrado Coração de Jesus Cristo, seu amado Filho. A mensagem da Rosa Mística aponta, à luz do seu “sim” ao mistério da Encarnação do Verbo1, para o “sim” que somos todos chamados a dizer para a vontade de Deus em nossas vidas. Como a Virgem de Nazaré, somos impelidos pelo Espírito Santo a dizer: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”2. E, movidos também pelo Espírito de Deus, como a irmã Pierina, somos chamados acolher a mensagem da Rosa Mística.
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Aos nos deparar com o título de Rosa Mística, podemos pensar em muitas coisas e nos desviar daquilo que é a essência da mensagem das aparições de Nossa Senhora. Para nos livrar deste erro, a própria Virgem Maria, na sua terceira aparição, responde à irmã Pierina: “o nome Rosa Mística não tem, em si, nada de novo. De Rosa Mística fui chamada naquele momento em que meu Divino Filho Jesus se fez homem. Na Rosa Mística está simbolizado o FIAT da Redenção3 e o FIAT da minha colaboração4. Eu sou a Imaculada Conceição, a Mãe do Senhor, a Mãe da Graça e a Mãe do Corpo Místico: a Igreja! A graça do Senhor e a sua misericórdia ainda farão florescer a Rosa Mística na Igreja. […] E, se atenderem ao meu maternal convite, Montichiari se tornará o lugar do qual a luz mística se irradiará para todo mundo. Sim, tudo isso acontecerá!5”
Em sua primeira aparição, em 1947, Nossa Senhora aparece com o semblante triste, com um manto roxo e tinha três espadas cravadas em seu peito. Nesta aparição, os lábios da Virgem Maria se abriram somente para dizer docemente: “oração, sacrifício e penitência”, depois ela ficou em profundo silêncio. Na segunda aparição, a Rosa Mística explica o significado dessas três espadas: a primeira espada significa a perda culposa da vocação sacerdotal ou religiosa; a segunda espada, a vida em pecado mortal das pessoas consagradas a Deus; a terceira espada, a traição daquelas pessoas que, ao abandonarem sua vocação sacerdotal ou religiosa, perdem também a fé e se transformam em inimigos da Igreja6.
Nesta mesma aparição, a Virgem Mãe de Deus estava vestida de branco e no peito, no lugar das três espadas, tinha três lindas rosas, nas cores branca, vermelha e amarelo-dourada, que simbolizam a reparação das “espadas”. A rosa branca significa o espírito de oração com o qual devemos pedir a reparação das vocações traídas, pelas vocações sacerdotais e religiosas. “O brilho da rosa vermelha é para lembrar o espírito de sacrifício, para reparar os pecados mortais cometidos pelas almas consagradas a Deus e mostrar a misericórdia do Senhor que deseja reavivar a chama do amor nos corações”7. A rosa amarelo-ouro significa o espírito da penitência em favor do clero, em reparação ao espírito de traição de Judas.
Assim, Nossa Senhora Rosa Mística é a Mãe de Deus, a Mãe da Graça e a Mãe do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja! Como nos indicou a Rosa Mística, desde a sua primeira aparição, nos coloquemos em “oração, sacrifício e penitência” pelas almas consagradas ao Senhor, especialmente pelos sacerdotes, que são os filhos prediletos da Virgem Maria. Transformemos em lindas rosas as espadas que, pela infidelidade dos servos e servas de Deus, foram cravadas em seu coração de Mãe. Rezemos, de modo especial, o Rosário Mariano, como recomendou a Mãe da Igreja à irmã Pierina para dizer a todos nós: “diga a meus filhos que rezem o santo terço”8. Nossa Senhora Rosa Mística, rogai por nós!
Referências:
1 Cf. Lc 1, 26-38.
2 Lc 1, 38b.
3 A aceitação amorosa, o faça-se (do latim fiat), da Virgem Maria ao sacrifício de seu Filho Jesus Cristo no Calvário. Cf. Jo 19, 25-27.
4 O acolhimento sem reservas, o faça-se (do latim fiat), da Virgem Maria à vontade do Altíssimo, ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. Cf. Lc 1, 38.
5 VENTURA, Gregório. Rosa Mística: o jardim celestial perfeito. São Paulo: Palavra & Prece, 2013, p. 97-98.
6 PARÓQUIA ROSA MÍSTICA. História da Rosa Mística.
7 VENTURA, Gregório. Op. cit., p. 101.
8 Idem, p. 100.