Conheçamos a antiga tradição de rezar o Rosário da Virgem Maria com cláusulas meditativas dos mistérios de Jesus Cristo.
Toda oração do Rosário já é em si uma Lectio Divina ou leitura orante das Sagradas Escrituras, mas aquele que é enriquecido por cláusulas alusivas ao mistério contemplado acentua esse aspecto da oração. A este respeito, guiado pelo espírito do Concílio Vaticano II de voltar às fontes de inspiração de toda vida cristã, disse o Papa Paulo VI a toda a Igreja: “É coisa conhecida que, exatamente para favorecer a contemplação e para que a mente estivesse sempre em sintonia com as palavras, se costumava outrora – e tal costume conservou-se em diversas regiões – ajuntar ao nome de Jesus, em cada Ave-Maria, uma cláusula, que chamasse a atenção para o mistério enunciado”[1].
Em 2002, o Papa São João Paulo II também valorizou a tradição de realçar o nome de Cristo, acrescentando ao Rosário uma cláusula evocativa do mistério que meditamos:
É um louvável costume, sobretudo na recitação pública. Exprime de forma intensa a fé cristológica, aplicada aos diversos momentos da vida do Redentor. É profissão de fé e, ao mesmo tempo, um auxílio para permanecer em meditação, permitindo dar vida à função assimiladora, contida na repetição da Ave-Maria, relativamente ao mistério de Cristo. Repetir o nome de Jesus – o único nome do qual se pode esperar a salvação (cf. At 4, 12) – enlaçado com o da Mãe Santíssima, e de certo modo deixando que seja Ela própria a sugerir-no-lo, constitui um caminho de assimilação que quer fazer-nos penetrar cada vez mais profundamente na vida de Cristo[2].