O auxílio de Maria para amarmos Jesus

Meditemos sobre o auxílio da Virgem Maria para que possamos verdadeiramente amar Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado.

Na novena de Natal, Padre Paulo Ricardo meditou sobre o clássico poema “Canzoncina à Gesú Bambino” (Cançãozinha ao Jesus Menino), mais conhecido como “Tu scendi dalle stelle” (Tu desces das estrelas), de Santo Afonso Maria de Ligório. As meditações foram feitas no programa “Homilia Diária”, a partir do dia 16 de Dezembro.

Na última estrofe, Santo Afonso se dá conta de que Jesus Cristo veio a este mundo para morrer por ele e só pensava nisto, em amá-lo, extremamente, até o fim. Então, o Santo reconhece que precisa amar somente Jesus e, para isso, pede o auxílio da Virgem Maria e nos dá uma lição de como viver a nossa consagração à Bem-aventurada Virgem Maria.

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A escola de amor da Virgem Maria

Nesta sétima estrofe do poema de Santo Afonso, compreendemos que ele está verdadeiramente nos colocando numa escola de amor.

O amor que temos por Jesus, a nossa resposta de amor por Jesus não é perfeita. Então, se não podemos dizer com o nosso coração que amamos somente Jesus, façamos um transplante de coração. Peçamos emprestado o coração da Virgem Maria, para que ela ame Jesus por nós, como faz Santo Afonso:

Então, pensas em morrer por mim, ó Deus?
E que outra coisa posso eu amar além de Ti?
Ó Maria, minha esperança, se eu amo pouco a
Teu Jesus, não fiques indignada
ama-O Tu por mim, se eu não sei amar.

O que é a esperança, para que nós chamemos a Virgem Maria de “minha esperança”? Nossa esperança, spes nostra, como diz a Salve Rainha?

Nossa Senhora e a esperança de amar Jesus

A princípio, a esperança é um sentimento de que podemos superar uma dificuldade e alcançar o bem que desejamos. Um cão de caça que quer alcançar um coelho tem esperança de alcançá-lo. Por isso, ele corre atrás do coelho; é difícil, mas ele faz isso, até que ele desespere, que ele veja que não tem forças, que não está valendo a pena. Pois bem, nós, seres humanos, temos inicialmente um sentimento de que nós queremos amar Deus de volta, é o sentimento esperança, mas se nós somos realistas, logo nos desesperaremos de nós porque vemos que não temos forças para amar a Deus. Consequentemente, o sentimento esperança tem que morrer e nascer, dentro de nós, a virtude esperança. Mas, o que é a virtude esperança?

A virtude da esperança é a realidade de que depois que vemos que não damos conta de amar a Deus, que não conseguimos subir mais, existe uma mão benfazeja que nos ajuda. Existe uma força, uma graça que vem do alto que pode nos erguer acima daquilo que somos, ou seja, estamos embaixo, rastejando como uma serpente, porque não temos capacidade de amar. Mas, temos confiança na promessa de Deus que Ele virá em nosso auxílio, temos confiança na Auxiliadora dos cristãos, que vem nos socorrer, em Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ela vem, eleva-nos e nos dá a força que não temos. Dessa forma, a esperança deixa de ser apenas um sentimento e passa a ser verdadeira virtude, porque confiamos na força que será capaz de nos elevar.

Estamos no tempo do Natal; o Amor se fez carne e nós o rejeitaremos e crucificaremos. Mas, não podemos abandonar a esperança de que Ele, que foi rejeitado por nós, nos dará a força para pararmos de rejeitá-Lo. Jesus não é amado por nós, mas nos dará a força de amá-Lo e Ele quer fazer isso pelas mãos da Bem-aventurada e toda santa Mãe de Deus, a Virgem Maria, nossa esperança, nosso socorro.

Que o Natal seja para nós verdadeiramente a realização de nossas esperanças e que Deus eleve o nosso coração, para que correspondamos ao divino Coração que se encarnou por nós.

Fonte: PADRE PAULO RICARDO. O amor de Maria ao Menino Jesus.

Assista ou ouça ao programa do Padre Paulo Ricardo intitulado “Foi por meu amor!”:

Poema de Santo Afonso Maria de Ligório: Tu scendi dalle stelle

Tu scendi dalle stelle, o Re del cielo,
e vieni in una grotta al freddo e al gelo.
O Bambino mio divino, io ti vedo qui a tremar;
o Dio beato! Ah, quanto ti costò l’avermi amato!

A te, che sei del mondo il Creatore,
mancano panni e fuoco, o mio Signore.
Caro eletto pargoletto, quanto questa povertà
più m’innamora, giacché ti fece amor povero ancora.

Tu lasci il bel gioir del divin seno,
per giunger a penar su questo fieno.
Dolce amore del mio core, dove amore ti trasportò?
O Gesù mio, perché tanto patir? Per amor mio!

Ma se fu tuo voler il tuo patire,
perché vuoi pianger poi, perché vagire?
Mio Gesù, t’intendo sì! Ah, mio Signore!
Tu piangi non per duol, ma per amore.

Tu piangi per vederti da me ingrato
dopo sì grande amor, sì poco amato!
O diletto – del mio petto,
se già un tempo fu così, or te sol bramo
Caro non pianger più, ch’io t’amo e t’amo

Tu dormi, Ninno mio, ma intanto il core
non dorme, no ma veglia a tutte l’ore
Deh, mio bello e puro Agnello
a che pensi? dimmi tu. O amore immenso,
un dì morir per te, rispondi, io penso.

Dunque a morire per me, tu pensi, o Dio
ed altro, fuor di te, amar poss’io?
O Maria, speranza mia,
se poc’amo il tuo Gesù, non ti sdegnare
amalo tu per me, s’io non so amare!

Assista ao vídeo intitulado “Alfonso Maria de’ Liguori – Tu Scendi Dalle Stelle”:

Tradução: Tu desces das estrelas

Tu desces das estrelas, ó Rei do céu
E vens a uma gruta no frio e no gelo.
Ó Menino meu divino, eu Te vejo aqui a tremer;
Ó Deus beato, quanto Te custou haver-me amado!

A Ti, que és do mundo o Criador,
Faltam agasalhos e fogo, ó meu Senhor.
Querida e eleita criança, esta Tua pobreza me apaixona
Pois foi o amor que Te fez pobre novamente.

Tu deixas as delícias da intimidade divina
Para vir a sofrer sobre essa palha.
Doce amor do meu coração, aonde Te levou o amor?
Ó meu Jesus, por que tanto sofrer? Por meu amor!

Mas se sofres por Tua própria vontade,
por que então este choro, por que estes gemidos?
Meu Jesus, eu Te entendo sim! Ah, meu Senhor!
Tu choras não de dor, mas de amor!

Tu choras ao ver a minha ingratidão,
Um amor tão grande e tão pouco amado!
Ó amado do meu coração,
se fui assim outrora, hoje somente por Ti eu anseio
Querido, não chores mais, pois eu Te amo, Te amo.

Enquanto dormes, meu Menino, o coração
não dorme, não, mas vigia a todo momento
Vai, meu querido e puro Cordeiro,
Em que pensas? Dize-me Tu. Ó amor imenso,
um dia em morrer por ti, respondes, é o que eu penso.

Então, pensas em morrer por mim, ó Deus
Que mais posso eu amar fora de Ti?
Ó Maria, esperança minha,
se pouco eu amo o teu Jesus, não te indignes
de amá-Lo tu por mim, se eu não O sei amar![1]