“Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava” (Mc 6, 55).
O lugar onde ouviam falar que Jesus Cristo estava (cf. Mc 6, 55) pode ser nossa comunidade, nosso grupo de oração. Este “lugar” onde Cristo está e é procurado pode ser até nós mesmos. Porém, não temos um coração semelhante ao dele, que se compadece do povo, que está perdido, como ovelhas sem pastor. Estas ovelhas, estes enfermos, estas pessoas que procuram Jesus Cristo em nós, em nossas comunidades, em nossos grupos não podem deixar de encontrar-se com ele por nossa falta de vontade, por nossa falsa humildade, por nosso comodismo, por nossa falta de fé.
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Ainda que sejamos instrumentos frágeis, insuficientes, como diria o Papa Bento XVI, as pessoas tem direto de tocar em Jesus Cristo (cf. Mc 6, 56) ao entrar em contato conosco. Não temos o direito de impedir essas pessoas de chegarem ao Senhor (cf. Lc 18, 16). Pois, estas são como ovelhas sem pastor (cf. Mc 6, 34). As ovelhas sozinhas são muito vulneráveis, não sabem se defender, não sabem cuidar de si mesmas. Por isso, elas precisam de um pastor, alguém que lhes dê alimento, que lhes dê abrigo, que cure as suas feridas.
As pessoas que buscam Jesus em nós e em nossos grupos e comunidades estão fragilizadas, doentes, e por isso, procuram ajuda. Elas estão cansadas, esfomeadas, doentes no físico, mas também no espírito. A alma dessas pessoas precisa ser curada, restaurada pelo Senhor e nós, que já tocamos o Senhor (cf. Mc 6, 56) , que fomos curados por Ele, precisamos ser canal da graça para elas. Não podemos nos omitir ou impedir que estas cheguem ao Senhor. Ao contrário, devemos facilitar para aqueles que necessitam encontrem o Senhor.
Abramos o nosso coração para a ação de Deus, para que Jesus Cristo, o Bom Pastor, nos dê um coração semelhante ao dele, para que sejamos pastores dessas ovelhas que O procuram. Abramos o nosso entendimento, para que o Senhor nos ensine a cuidar das suas ovelhas, a dar-lhes de comer, a dar-lhes um lugar para descansarem, a curar as suas feridas. Pois, muitas das ovelhas do Rebanho do Senhor estão perdidas, esfomeadas, feridas, machucadas pelo mundo, muitas delas por nossas própria culpa.
Abramos a nossa mente e o nosso coração para os dons que o Senhor quer nos dar para que estas pessoas que precisam de cura encontrem em nós Jesus Cristo. Que os doentes, tocando em nós, possam tocar o próprio Cristo, que pelo seu Espírito cura as enfermidades (cf. Mc 6, 56) . Deixemos que Jesus Cristo realize a sua obra em nós pela ação do Espírito Santo e sejamos portadores da graça que tantos homens e mulheres precisam e buscam sem cessar. Para que essa obra de Deus aconteça em nós, São Luís Maria nos ensina um caminho, que foi escolhido pelo próprio Jesus, que é consagração a Virgem Maria.
Assim, para que esta obra de restauração se realize em nós e a partir de nós para tantas pessoas necessitadas, nos confiemos inteiramente nos braços da Virgem Maria. Pois, ela é nossa Mãe e nos acolhe em nossas fragilidades, em nossas fraquezas. Ela nos acolhe não para nos reter para si, mas para nos preparar para a missão que o Senhor nos confia. Como Maria gerou e preparou seu Filho Jesus Cristo para ser Pastor das ovelhas, do Povo de Deus, ela nos gerará, nos preparará também para cuidar dessas ovelhas. Como Nossa Senhora preparou Jesus para curar e libertar os doentes na alma e no corpo (cf. Mc 6, 56) , ela também nos preparará para realizar, pelo Espírito Santo, as curas, as libertações que o seu Filho quer realizar no seu Povo. Por isso, nos confiemos inteiramente a Virgem Maria, nos consagremos a ela para que sejamos fiéis servos do Senhor e realizemos, pelo seu Espírito, a Sua obra de salvação.
