São Luís Maria nos fala do perigo das falsas devoções e dos falsos devotos de Nossa Senhora.
No terceiro capítulo do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, São Luís Maria Grignion de Montfort nos fala da importância de escolher a verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria. Pois, cada vez mais surgem falsas devoções a Nossa Senhora e é fácil tomá-las por verdadeiras. Por meio dessas falsas devoções, o Demônio leva muitas almas para o inferno (cf. TVD 90). Tendo em vista este perigo, é preciso conhecer as falsas devoções, para evitá-las e a verdadeira, para abraçá-la (cf. TVD 91). Para nos dar a conhecer essas falsas devoções, São Luís nos fala dos tipos de devotos.
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Segundo São Luís, “os devotos críticos são, ordinariamente, sábios orgulhosos, espíritos fortes e que se bastam a si mesmos” (TVD 93). Estes tem alguma devoção a Maria, mas criticam a devoção dos mais simples e põem em dúvidas os milagres e os testemunhos em relação a Nossa Senhora. Chegam a acusá-los de idólatras e acabam afastando a muitos da Virgem Maria.
Os devotos escrupulosos são aqueles que tem medo de desonrar Jesus honrando Maria. Estes não suportam que pessoas estejam ajoelhadas diante de uma imagem da Virgem Maria, como se não rezassem a Cristo por meio dela. Os escrupulosos são contrários à oração do terço, às confrarias e as devoções externas. Dizem que é preciso pregar Jesus Cristo. Isto é uma verdade, mas esconde uma “cilada do inimigo” (TVD 94). Pois, se honra mais a Jesus Cristo quando se honra muito a Santíssima Virgem.
Os devotos exteriores são pessoas que tem como devoção a Nossa Senhora somente práticas externas. Estes rezam muitos terços às pressas, participam de muitas Missas sem atenção, vão sem devoção às procissões, entram “em todas as confrarias de Nossa Senhora sem mudar de vida, sem fazer violência às suas paixões, nem imitar as virtudes desta Virgem Perfeitíssima” (TVD 96).
“Os devotos presunçosos são pecadores entregues às suas más paixões, ou amigos do mundo” (TVD 97). Sob o nome de cristãos e devotos de Maria escondem o orgulho, a avareza, a impureza, a embriaguez, a cólera, a blasfêmia, a maledicência, a injustiça e outros. Estes dormem em paz nos seus maus hábitos, sem se esforçar muito para os corrigir, pois dizem que são devotos de Nossa Senhora. Dizem ainda que Deus os perdoará, não morrerão sem confissão e não serão condenados porque rezam o Terço e jejuam, ou porque pertencem às confrarias ou às congregações, ou ainda porque trazem o hábito ou a cadeia da Santíssima Virgem. “Nada é tão prejudicial no Cristianismo como esta presunção diabólica” (TVD 98).
Os devotos inconstantes são aqueles que são fervorosos no início, mas logos esfriam. “A princípio abraçarão todas as devoções à Santíssima Virgem, entrarão em suas confrarias, mas logo depois já não praticarão as regras com fidelidade” (TVD 101). Os servos de Maria “têm a fidelidade e a constância por herança” (TVD 101). São Luís diz que é melhor “não se sobrecarregar com tantas orações e práticas de devoção, e fazer pouco com amor e fidelidade, a despeito do mundo, do demônio e da carne” (TVD 101).
São Luís nos fala também dos devotos hipócritas. Estes “cobrem os seus pecados e maus hábitos com a capa desta Virgem Fiel, a fim de passar pelo que não são aos olhos dos homens” TVD 102).
Os devotos interesseiros só recorrem à Nossa Senhora para alcançar algum processo, evitar algum perigo, obter a cura de alguma doença, ou por qualquer outra necessidade, sem as quais a esqueceriam (cf. TVD 103).
São Luís afirma que todos esses são falsos devotos da Virgem Maria. Por isso, não devemos fazer parte “dos devotos críticos, que não acreditam em nada e criticam tudo; dos devotos escrupulosos, que temem ser demasiado devotos da Santíssima Virgem, por respeito para com Jesus Cristo; dos devotos exteriores, que fazem consistir toda a sua devoção em práticas externas; dos devotos presunçosos, que, ao abrigo da sua falsa devoção à Santíssima Virgem, apodrecem nos seus pecados; dos devotos inconstantes que, por leviandade, variam as suas práticas de devoção, ou as deixam completamente à menor tentação; dos devotos hipócritas, que entram em confrarias e usam as insígnias da Virgem a fim de se passar por bons, e finalmente, dos devotos interesseiros, que só recorrem à Santíssima Virgem para serem livres dos males do corpo, ou obter bens temporais” (TVD 104).
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