A festa da Natividade de Maria Santíssima

Alegremo-nos na festa da Natividade de Maria Santíssima, a Mãe do Salvador e a Medianeira de todas as graças.

No dia 8 de Setembro, celebramos a festa da Natividade da Santíssima Virgem Maria. Esta celebração acontece nesta data justamente porque nove meses antes, no dia 8 de dezembro, temos a solenidade da Imaculada Conceição. Na celebração do nascimento de Nossa Senhora, a Igreja Católica se enche de alegria e esperança porque veio ao mundo a Mãe de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. A Virgem de Maria é a aurora resplandecente que surgiu na plenitude dos tempos (cf.  4, 4), prenunciando a vinda de Cristo, o Sol da Justiça (cf. Ml, 3, 20).

Alegremo-nos na festa da Natividade de Maria Santíssima, a Mãe do Salvador e a Medianeira de todas as graças.

Natividade de Maria Santíssima

É justo que o nascimento da Virgem de Nazaré seja celebrado por toda a Igreja Católica. Pois, de modo semelhante a seu Filho Jesus Cristo e São João Batista, que também têm seus nascimentos celebrados, a Menina Maria nasceu sem a mancha do pecado original. O Menino Jesus assim nasceu porque é Deus e João Batista pela graça da purificação ainda no ventre de Santa Isabel (cf. Lc 1, 41.44). Por sua vez, Maria Santíssima nasceu sem a mancha do pecado original pela graça especialíssima da Concepção Imaculada[1], no ventre de Santa Ana.

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A alegria ao despontar da Aurora resplandecente

A Virgem de Nazaré foi enriquecida com abundantes graças, desde a sua Imaculada Conceição. Por isso, a tradição da Igreja nos ensina, no livro do Cântico dos Cânticos, que é a respeito dela que se pergunta com palavras cheias de admiração: “Quem é esta que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?” (Ct 6, 10).

Antes do nascimento de Maria Santíssima, o mundo jazia perdido nas trevas do pecado. Entretanto, com a natividade da Celeste Menina de Nazaré, eis que surge a aurora (cf. Mt 4, 16). Por isso, de Maria se diz: “Quem é esta que surge como a aurora?” Da mesma forma que nos alegramos no despontar da aurora, pois esta é a precursora do sol, no nascimento de Maria alegrou-se o mundo inteiro, porque ela é a precursora do Sol da Justiça (cf. Ml, 3, 20), Jesus Cristo, que haveria de ser seu Filho. Por Nossa Senhora, o Filho de Deus veio ao mundo a fim de nos salvar pela sua paixão, morte e ressurreição. Sendo assim, com razão a Igreja canta louvores a Virgem Maria:

A tua Natividade, ó Virgem Mãe de Deus, anunciou gozo ao mundo inteiro; porque de ti nasceu o Sol da justiça, que nos deu a vida eterna: Nativitas tua, Dei Genetrix Virgo, gaudium annuntiavit universo mundo: ex te enim ortus est sol iustitiae, qui donavit nobis vitam sempiternam[2].

Com o nascimento de Nossa Senhora, nasceu o nosso remédio, a nossa consolação e a nossa salvação. Pois, por meio de Maria Santíssima veio ao mundo Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.

As grandes graças concedidas a Celeste Menina

A Celeste Criancinha nascida do ventre de Santa Ana estava destinada a ser Mãe do Verbo Eterno. Por isso, “Deus a enriqueceu de tamanha graça que, desde a sua Imaculada Conceição, a sua santidade excedia a de todos os santos e anjos juntos. Ela recebeu uma graça de uma ordem superior, proporcionada à dignidade de Mãe de Deus”[3]. A confiança de Santo Afonso Maria de Ligório nesta Celeste Menina é tão grande que não hesita em dirigir-se a ela em oração:

Ó Menina santa, ó cheia de graça, eu, miserável pecador, vos saúdo e venero. Sois a predileta, as delícias de Deus; tende piedade de mim, que pelos meus pecados me tornei objeto de ódio e abominação aos olhos de Deus. Ó Virgem puríssima, desde a vossa infância soubestes de tal forma cativar o Coração de Deus, que ele nada vos recusa, e faz tudo o que vós lhe pedis. Em vós ponho todas as minhas esperanças. † Ó Maria, que sem mancha entrastes no mundo, obtende-me de Deus que eu possa sair dele sem pecado[4].

A Virgem Maria foi consagrada para ser Mãe do Salvador e, ao mesmo tempo, foi destinada a ser Medianeira entre a Santíssima Trindade e nós, pecadores. Por isso, Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, diz que “Maria recebeu tanta graça, que basta para salvar todos os homens. E pela mesma razão São Bernardo chama-a aqueduto cheio, de cuja plenitude todos nós participamos: Plenus aquaeductus, ut accipiant caeteri de eius plenitudine[5].

Assim, a Virgem de Nazaré nasceu destinada a ser Mãe de Deus. Por isso, nasceu enriquecida de tamanha graça que excede em grandeza a de todos os anjos e santos juntos. Sendo assim, façamos um ato de fé na grandeza inefável desta Celeste Menina e agradeçamos Deus em seu nome. Além disso, alegremo-nos e aumentemos a nossa confiança na Virgem Maria. Pois, ela foi destinada a ser Mãe do Salvador e, ao mesmo tempo, foi destinada também para ser Mãe e Medianeira de todo gênero humano, a dispensadora de todas as graças necessárias para nossa salvação!

Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo com o tema: “Festa da Natividade de Nossa Senhora”:

Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Menina Maria

Santa e celeste Menina, já que fostes destinada a ser a Medianeira dos pecadores, eia, exercei o vosso ofício; intercedei por mim. É verdade que, pelas minhas ingratidões mereci ser abandonado por vós; mas não quero que os meus pecados me impeçam de confiar em vós, porque tanto agradais a Deus, que nada vos recusa, e sei também que gostais de usar da vossa elevação para aliviar os mais culpados.

Ó criatura, a mais sublime do universo, diante de quem são mui pequenos os grandes do céu; ó Santa dos santos, ó Maria, abismo de graça e cheia de justiça, socorrei um miserável que a perdeu por sua culpa. Eia, pois, fazei ver quanto seja grande o crédito que possuis junto de Deus; obtende-me uma luz e chama tão poderosas, que me troquem de pecador em santo, e, desapegando-me de todo afeto terreno, me abrasem todo de amor para com Deus. Fazei-o, pois o podeis, ó Soberana minha, fazei-o pelo amor deste Deus que vos tornou tão grande, poderosa e piedosa[6].

Ó Santa e Celeste Menina Maria, rogai por nós!

Links relacionados:

TODO DE MARIA. A graça da Natividade de Maria.

TODO DE MARIA. A Imaculada Conceição e a superabundância da graça.

TODO DE MARIA. Maria e João Batista em nossas vidas.

Referências e nota:


[1]   Em 8 de dezembro de 1854, através da Bula Ineffabilis Deus, o Papa Pio IX declarava solenemente o dogma da Imaculada Conceição, ou seja, que a Virgem Maria foi concebida sem a mancha do pecado original por um especial privilégio concedido por Deus Todo Poderoso, em virtude dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano.

[2]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias do ano – Tomo III, p. 355.

[3]   Idem, p. 356.

[4]  Idem, ibidem.

[5]  Idem, ibidem.

[6]  Idem, p. 356-357. Or. festi.

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