Nossa Senhora nos ajuda a acolher Jesus Cristo, o Reino dos Céus, em nossas vidas.
O Reino de Deus é um mistério, pois se faz presente no meio de nós através da semente divina, que foi plantada em nosso coração. “Jesus disse à multidão: ‘O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Mc 4, 26-27). Esta semente é o dom da fé, ainda que pequena como um grão de mostarda, pode chegar a ser uma grande hortaliça, a maior delas (cf. Mc 4, 30-34). Por ser grande esse mistério de Deus, não cabe a nós questionar os seus desígnios, mas precisamos nos entregar enquanto sementes, para que germinemos, cresçamos e produzamos frutos. Porém, enquanto terreno, precisamos receber a semente do Reino de Deus numa terra boa, para que esta germine, cresça e produza os frutos que o Senhor espera.
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Este grande mistério, que é o Reino do Céus, precisa ser acolhido em um coração humilde, que aceite ouvir ouvir a voz do Senhor. As exigências do Reino e a sua grandeza precisam ser ouvidas, meditadas e guardadas no coração (cf. Lc 3, 51), pois não somos capazes de compreender imediatamente os desígnios de Deus. Nesse sentido, Maria é para nós o grande modelo de acolhimento do Reino, na Anunciação, pois Ela recebeu o Espírito Santo, do qual ficou cheia, e o próprio Verbo de Deus, que é o Reino de Deus em pessoa (cf. Lc 1, 26-38).
Nossa Senhora nos confirma em nossa fé, ainda que ela seja pequena como um grão de mostarda (cf. Mt 13, 31-32). O seu ventre foi o solo fecundo, no qual o Reino de Deus foi plantado no meio de nós. Ela não somente acolheu, mas cooperou para que o Reino de Deus, que é Jesus, fosse formado nela. Enquanto Mãe de Jesus, ela gerou o Reino durante os meses de sua gestação, mas também formou o próprio Autor da vida no seu dever de mãe e educadora.
Para acolher esse grande mistério, que é o Reino de Deus em nossa vida, precisamos olhar para aquela que mais cooperou para a sua realização. Precisamos imitar-lhe as virtudes, o seu silêncio, a sua humildade, a sua simplicidade. Mais do que isso, precisamos confiar-lhe nossas vidas, pois o próprio Autor da vida se confiou inteiramente a ela. Nela somos gerados para Deus, o Reino dos Céus é formado em nós, pois ela gera o próprio Cristo em nós.
Assim, como Jesus Cristo, somos chamados a nos confiar inteiramente a Virgem Maria, para que ela faça germinar, crescer e produzir frutos a semente do Verbo que foi plantada em nós pelo Espírito Santo. Pois, ela nos ajuda a acolher Jesus em nossa vida na humildade de coração, fazendo-nos escravos do Senhor, para fazermos a Sua vontade. E, para viver com mais intensidade essa escravidão de amor a Cristo pelas mãos de Maria, somos chamados a uma consagração total a ela. Nesta consagração somos formados por aquela que podemos chamar de Mãe e Mestra, pois ela realizou estas missões na vida do próprio Jesus. Não tenhamos medo de nos confiar inteiramente a Maria, pois assim o fez o Senhor. Ele confiou-se inteiramente nas suas mãos, por isso, nos confiemos também nós Nossa a Mãe na qualidade de consagrados.