Perseverar em Jesus

Perseverar em Jesus Cristo é um desafio que se coloca a todos os cristãos nestes tempos difíceis que vivemos.

Como perseverar em Jesus Cristo?Desde o início, Jesus chamou a atenção dos seus discípulos para as dificuldades que enfrentariam e exortou-os à perseverança. Nesse sentido, a Palavra de Deus hoje nos coloca diante dessa realidade: “Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22). Depois de escolher os doze (cf. Mt 10, 2-4), e os enviar em missão, Jesus lhes transmitiu instruções sobre como de como deveriam agir (cf. Mt 10, 5-15). Em seguida, o Mestre falou aos apóstolos sobre as dificuldades que estres enfrentariam: as cadeias, os açoites, os tribunais, a espada, a morte (cf. Mt 10, 16-25). Diante desta dura realidade, que são as perseguições por causa do nome de Jesus, a perseverança é o segredo da fidelidade a Cristo e à missão que ele nos confiou. Mas, como perseverar diante de tão duras provas que nos são colocadas?

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Para começar a responder a esta questão, voltemos o nosso olhar para o testemunho dos mártires, em particular para o testemunho de Estevão. O Diácono, “cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6, 8). Em primeiro lugar, ele perseverou na missão que lhe fora confiada porque estava cheio do Espírito Santo (cf. At 7, 55). Por isso, as pessoas que estavam contra ele não conseguiam resistir à sabedoria que vem do Espírito (cf. At 6, 10). Estevão estava cheio do Espírito, por isso anunciou a Palavra de Deus com ousadia e também realizou milagres e prodígios entre o povo (cf. At 6, 8).

Além de perseverar na missão que lhe foi confiada, Estevão também perseverou no testemunho de Cristo até mesmo diante do perigo da morte. Mesmo sabendo que membros da “Sinagoga dos Libertos, junto com cirenenses e alexandrinos, e alguns da Cilícia e da Ásia” (At 6, 9), estavam enfurecidos e rangiam os dente contra ele (cf. At 7, 54), Estevão não teve medo do martírio porque estava cheio do Espírito Santo. Ao contrário, testemunhou a glória de Deus que se manifestou a ele: “Estou vendo o céu aberto, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus” (At 7, 56). Com grande coragem, Estevão perseverou até o fim (cf. Mt 10, 22) e acolheu o martírio dizendo: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito” (At 7, 59).

Diante de tão grande testemunho de perseverança e fidelidade ao Senhor, talvez nos sintamos fracos e incapazes. Pois, isto é uma realidade: por nós mesmos, somos fracos e incapazes de nos entregar inteiramente à missão que Deus nos confiou. Olhando para a vida dos próprios apóstolos, escolhidos por Jesus para anunciar o Reino dos Céus, nós vemos essa realidade. Pedro Tiago e João foram incapazes de vigiar com o Senhor por uma hora (cf. Mt 26, 40). Na casa de Caifás, Pedro negou Jesus por três vezes (cf. Mt 26, 69-75). Judas traiu Jesus (cf. Mt 26, 47-50) e depois, tomado de remorso, jogou as moedas, que tinha recebido para entregar Jesus, no templo e suicidou-se (cf. Mt 27, 1-5). No Calvário, os outros apóstolos e discípulos abandonaram Jesus e ficaram à distância com medo de serem presos e mortos (cf. Lc 23, 49).

Como estes homens, frágeis como nós, puderam depois pregar com ousadia a Palavra de Deus, realizar milagres e prodígios e perseverar diante do perigo da prisão, do martírio, da morte? Estes perseveraram até o fim na missão que o Senhor lhes confiou porque foram homens cheios do Espírito Santo, como Estevão. Porém, diferente deste, os apóstolos e discípulos de Jesus fizeram a dura experiência das próprias fraquezas. Eles somente conseguiram levantar-se de suas quedas e perseveram até o fim porque foram obedientes àquela palavra de Jesus na cruz: “Eis a tua mãe!” (Jo 19, 27). Eles acolheram a Virgem Maria por Mãe e ela os ajudou a levantar de suas quedas, de seus pecados.

Os apóstolos e discípulos se levantaram de suas quedas porque todos eles perseveraram na oração comunitária, juntamente com Nossa Senhora (cf. At 1, 14). Este é o segredo da perseverança dos grandes homens e mulheres de Deus: a oração ao Senhor, pessoal ou comunitária, com a Virgem Maria. Pois, ela nos foi dada por Jesus como Mãe para interceder por nós, nos consolar em nossas aflições, em nossos medos, e nos levantar de nossos pecados. Por isso, obedientes ao testamento de Jesus na cruz, acolhamos a Mãe da Igreja em nossa casa, como fez o Discípulo Amado (cf. Jo 19, 27). Mais ainda, consagremos nossa vida a Virgem Maria, para que por ela, cheios do Espírito Santo, perseveremos até o fim, com amor e fidelidade à missão que Jesus nos confiou através da Sua Igreja.

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