Hoje, como no Getsemani aos discípulos, Jesus nos dá esta palavra de ordem para nós: Vigiai e orai para não cairdes em tentação (cf. Mt 26, 41).
No horto das Oliveiras, Jesus Cristo disse aos discípulos: Vigiai e orai para não cairdes em tentação (cf. Mt 26, 41). Estava se aproximando o tempo da glorificação de Cristo, da sua paixão, morte e ressurreição. Tende em vista a tentação pela qual Jesus mesmo passaria (Lc 22, 39-46) e as grandes tentações pelas quais passariam os seus discípulos, Ele diz: “Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 36). Hoje, esta palavra se torna tão necessária quanto no tempo de Jesus, pois a Igreja de Cristo sempre foi e sempre será perseguida (cf. Jo 15, 20), até o fim dos tempos.
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Pode-se até pensar que não é bem assim e que nos dias de hoje a maioria dos cristãos tem a liberdade de expressar a sua fé, porém, as ameaças e os males que se apresentam a nós não são facilmente percebidos. A perseguição contra Cristo, Sua Igreja e a nós cristãos, em nosso tempo, se dá de modo velado. Não se quer mais perseguir e matar, mas mudar a sociedade e as religiões a partir de sua moral. Hoje, querem impor aos cristãos uma moral mais fácil, que não seja necessário esforço, nem mudança de vida. Se seguimos os costumes e as mentalidades deste mundo, aos poucos vamos perdendo a nossa essência que é seguir a Cristo, pobre, casto, obediente.
Se estas palavras são estranhas para você, talvez seja porque a mentalidade anticristã já faz parte de sua vida. Os males que devemos temer nos dias de hoje não são tanto as perseguições como no tempo de Jesus. Pois, apesar de que em alguns países os cristãos ainda são perseguidos e mortos, isso não acontece na maior parte do mundo. Os principais males que ameaçam a nós cristãos nos dias de hoje são: o materialismo, o individualismo, o relativismo. Pois, estes enfraquecem os princípios cristãos.
No materialismo, a busca egoísta da realização nos bens materiais se opõe à pobreza, ou seja, à partilha dos bens, à qual todos os cristãos são chamados. O individualismo se opõe à castidade, pois é um tipo de amor desordenado a si mesmo, que fere o mandamento do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (cf. Mc 12, 30-31). O relativismo, que é a negação da verdade, se opõe à obediência cristã, pois se pensa que cada um pode ter a sua própria verdade, conforme as suas necessidades. Porém, o Senhor criou o mundo com leis que não mudam, por isso, precisamos ser obedientes e aceitar que não somos deuses e, por isso, não podemos alterar a Lei de Deus.
Por causa dessas e outras tentações, de tantos outros males que estão presentes neste mundo, somos chamados a vigiar e orar, para permanecermos de pé diante do “Filho do Homem”, que é Jesus Cristo. Nesse tempo, não estamos sós, pois o próprio Cristo, Deus Conosco, nos entregou a Virgem Maria por Mãe (cf. Jo 19, 27). Nossa Senhora, que permaneceu de pé junto a cruz de Jesus, nos ajudará a vigiar e orar, como fez com os apóstolos e discípulos do seu Filho no início da Igreja (cf. At 1, 14). Como os primeiros cristãos, nos unamos a Nossa Senhora para vigiar e orar, pois ninguém sabe quando virá o “Filho do Homem”, quando acontecerá nosso encontro definitivo com Cristo, no Reino dos Céus.
