Saiba o que fazer no dia da consagração a Jesus Cristo e a Nossa Senhora.
Quando aproxima-se o dia da nossa consagração de amor a Jesus Cristo e a Nossa Senhora, ou da renovação da consagração, normalmente ficamos em dúvida sobre o que fazer neste dia. Por isso, ver as recomendações de São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, ajudarão a preparar-nos bem para a consagração. Neste artigo, trataremos de algumas destas recomendações, que julgamos importantes para o dia da consagração ou renovação: a Confissão e a comunhão; o uso das correntes; o tributo a Jesus Cristo e a Virgem Maria. Pois, estes são práticas que fazem parte da espiritualidade da consagração a Jesus em Maria, que influenciarão muito na nossa vivência de consagrados. No final da preparação, todos, principalmente as pessoas que se consagram, devemos fazer uma boa Confissão. Para tanto, um bom exame de consciência ajudará a reconhecer os nossos pecados. Além disso, devemos fazer um firme propósito de romper definitivamente com os pecados graves. Quanto as correntes, ou cadeias, São Luís Maria insistentemente recomenda que as usemos como sinal sacramental desse rompimento com o pecado, com o mundo e com o demônio, e de nossa consagração total a Jesus em Maria. Em agradecimento pela escravidão de amor, para fechar com chave de ouro, somos chamados a oferecer um tributo, uma homenagem, a Jesus e a Maria, conforme nossa devoção e capacidade.
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A Confissão e a Eucaristia antes da consagração
No final das três semanas de preparação, devemos confessar e comungar com a intenção de nos entregar “a Jesus Cristo na qualidade de escravos de amor, pelas mãos de Maria”1. É importante ressaltar que, tanto a confissão quanto a comunhão, devem ser feitas com a intenção de nos consagrar a Jesus por Maria. A confissão pode ser feita alguns dias antes da consagração, para evitar dificuldades e imprevistos. Quanto a comunhão eucarística, no dia da consagração, devemos nos esforçar para seguir o método abaixo, indicado por São Luís Maria:
1º – Nos humilharemos profundamente diante de Deus;
2º – Renunciaremos ao nosso fundo todo corrompido e às nossas más disposições, embora o nosso amor próprio as faça parecer boas;
3º – Diremos a jaculatória da nossa consagração: “Todo Vosso sou, ó querida Mãe, e tudo o que tenho é Vosso! (Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt!)”2, que pode ser repetida diariamente3;
4º – Suplicaremos a esta boa Mãe que nos empreste o seu Coração, para nele receber seu Filho Jesus com as suas disposições maternas. Pediremos a Virgem Maria o seu Imaculado “Coração com estas ternas palavras: Tomo-Vos como toda a minha riqueza. Dai-me o Vosso Coração, ó Maria!”4.
Depois da comunhão, ou após a Santa Missa, fazemos a nossa consagração dizendo (em voz alta ou mentalmente) a fórmula da consagração. Esta fórmula devemos escrever antes, ou pedir para alguém escrever, em uma folha apropriada, ou ainda imprimir, e assinar no mesmo dia da consagração. Se houver uma testemunha, esta pode assinar também a folha com a fórmula, mas isso não é obrigatório. Na renovação, não é necessário escrever novamente a fórmula de consagração. Basta dizer a fórmula, lendo a mesma folha do dia da consagração, ou outra que estiver a disposição, ou ainda o “Suplemento B”, que está no final do próprio Tratado.
Ouça programa do Padre Paulo Ricardo, com o tema “Preparação para a Confissão”:
As correntes ou cadeias como sinal da consagração
São Luís Maria afirma que “é muito louvável, muito glorioso e útil para aqueles e aquelas que assim se fazem escravos de Jesus em Maria, que usem umas cadeiazinhas de ferro. Estas ser-lhes-ão um sinal da sua Escravidão de Amor, e serão bentas com uma bênção própria”5. Usar as correntes, ou cadeiazinhas, é muito recomendável, pois é um sinal visível da consagração. Ao olhar para a cadeia, nos lembraremos de nossa consagração e consequentemente dos deveres e práticas de consagrados. Ao mesmo tempo, a corrente é um sacramental, que traz em si a bênção de Deus, que será sempre um auxílio espiritual para nós contra a carne, o pecado, o mundo e o demônio. O fato das correntes serem de ferro – e não de um metal precioso, como ouro ou prata – nos recorda que devemos viver a pobreza, a humildade e a simplicidade, a exemplo de Jesus e de Maria. É verdade que as correntes não são essenciais ou obrigatórias na consagração. No entanto, além do auxílio espiritual que significam, o uso das correntes tem grande valor meritório diante de Deus. Lembramos ainda que, se não nos envergonhamos de estar em cadeias por amor a Jesus Cristo, certamente Ele não se envergonhará de nós quando vier em sua glória6.
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo, com o tema “O demônio é um mito ou uma realidade?”:
O tributo a Jesus Cristo e a Virgem Maria
No dia da consagração [ou renovação] é bom e recomendável que paguemos algum tributo em honra a Jesus Cristo e a sua Mãe Santíssima, em sinal de penitência por nossa infidelidade às promessas do Batismo, ou para manifestar a nossa dependência do domínio de Jesus e Maria7. Esse tributo deve ser oferecido segundo a nossa devoção, capacidade e possibilidade. Poderemos oferecer “um jejum, uma mortificação, uma esmola, uma vela. Ainda mesmo que não dessem mais que a homenagem de um alfinete, mas de todo o coração, isso bastaria, pois Jesus só olha a boa vontade”8. Sendo assim, esse tributo pode ser um pequeno sacrifício, como: ir caminhando para a Santa Missa; participar da Santa Missa de pé, oferecendo seu lugar a alguma pessoa, ou sentados, sem encostar as costas no banco ou cadeira. Podemos também fazer jejum ou penitência. Podemos ainda fazer uma obra de caridade, como: visitar um doente; fazer algum trabalho na Igreja; ajudar uma pessoa necessitada; dar uma esmola. Podemos enfeitar um altar com a imagem de Nossa Senhora para a celebração no dia da nossa consagração. Para discernir o que fazer, peçamos a Virgem Maria que nos inspire um tributo agradável a ela e a Jesus Cristo. Ou perguntemos a ela: o que a Senhora quer que eu ofereça a vós e ao seu Filho como tributo por minha consagração [ou renovação]?
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo, com o tema “Formas de penitência e suas razões”:
A escolha: escravos de Jesus Cristo ou do demônio
Portanto, como coroamento de nossa preparação para fazer, ou renovar, a nossa consagração, ou escravidão, de amor a Jesus Cristo pelas mãos da Virgem Maria, os sacramentos da Confissão e da Eucaristia, as correntes ou cadeiazinhas e o oferecimento de um tributo, são muito importantes. Pois, o sacramento da Confissão, ou Penitência, nos ajudará a renovar as promessas do nosso Batismo, a renunciar a nós mesmos, ao pecado, ao mundo e a Satanás9, que são também propósitos da consagração a Jesus em Maria. Esta é uma parte essencial da preparação para a consagração, pois se não renunciamos a nós mesmos e não rompemos com o pecado, com o mundo e com Satanás, não podemos ser escravos de Jesus Cristo. Não há outras alternativas: ou somos escravos de Jesus Cristo ou do demônio10. Sem dúvida, se a escravidão do demônio nos aprisiona, a escravidão a Jesus Cristo “dá uma grande liberdade interior àqueles que a observam fielmente”11. Esta é a gloriosa liberdade dos filhos de Deus, da qual nos fala o Apóstolo dos Gentios12, e que vivem os fiéis consagrados a Jesus em Maria. Nesta liberdade de filhos, estaremos sempre preparados para receber o sacramento da Eucaristia. Quanto as cadeiazinhas, ou correntes, estas são importantes, pois, além de terem as bênçãos de Deus, nos lembram que rompemos com a escravidão do pecado, do mundo, do demônio, e nos fizemos escravos de amor a Jesus por Maria. Por fim, para honrar a Mãe e o Filho pela extraordinária graça da nossa consagração, ofereçamos de todo o coração um tributo a Jesus Cristo e a Virgem Santíssima. Imaculado Coração de Maria, rogai por nós!
Natalino Ueda, escravo inútil de Jesus em Maria.
Links relacionados:
CONSAGRA-TE. 6ª Campanha Nacional de Consagrações à Virgem Maria.
CONSAGRA-TE. Inscrição para a 6ª Campanha.
PADRE PAULO RICARDO. Estar “no mundo” sem ser “do mundo”.
TODO DE MARIA. As correntes e a consagração a Nossa Senhora.
Referências:
1 TVD 231.
2 Idem, 266.
3 Idem, 233.
4 Idem, 266.
5 Idem, 236.
6 Cf. Lc 9, 26.
7 Cf. TVD 232.
8 Idem, ibidem.
9 Idem, 126.
10 Idem, 73.
11 Idem, 169.
12 Cf. Gl 5, 1-13; 2 Cor 3, 17; Rm 8, 21.